2021, ISBN: 9786555050684
new. Espécie de Fausto russo, inspirado na obra de Goethe e na ópera homônima de Charles Gounod, O mestre e Margarida, de Mikhail Bulgákov, é considerado um dos grandes romances do sécul… mais…
new. Espécie de Fausto russo, inspirado na obra de Goethe e na ópera homônima de Charles Gounod, O mestre e Margarida, de Mikhail Bulgákov, é considerado um dos grandes romances do século XX. Situado na Moscou dos anos 1930, o livro narra as peripécias de satã na cidade acompanhado de um séquito infernal, composto por um gato falante e fanfarrão, um intérprete trapaceiro, uma bela bruxa e um capanga assustador. Seu caminho se cruzará com o dos amantes mestre e Margarida ele um escritor mal compreendido, autor de um romance sobre Pôncio Pilatos, ela uma das personagens mais fortes da literatura russa, que, qual Orfeu, fará de tudo para reencontrar seu amado desaparecido. Escrito entre 1928 e 1940, ano da morte do autor, mas só publicado no fim dos anos 1960, no Ocidente, e em 1973, na Rússia, o livro se tornou então sucesso imediato no mundo todo e inspirou centenas de adaptações para o teatro, cinema, televisão, animação, ópera, dança e música (inclusive a famosíssima canção Simpathy for the Devil, dos Rolling Stones). História de amor e desejo, sátira do mundo das letras e das pequenas e grandes vaidades humanas, além de crítica ferina mas bem-humorada ao regime soviético, o romance empresta recursos da linguagem teatral, musical e mesmo da linguagem cinematográfica, com cortes e saltos temporais e espaciais que imprimem à narrativa um ritmo vertiginoso, divertido e sempre surpreendente tudo isso captado com maestria pela tradução de Irineu Franco Perpetuo, feita a partir da mais recente edição crítica russa. Capa comum: 408 páginasEditora: Editora 34; Edição: 1ª (13 de novembro de 2017)Idioma: PortuguêsISBN-10: 8573266805ISBN-13: 978-8573266801Dimensões do produto: 22,8 x 15,6 x 2,2 cmPeso de envio: 635 g, 6, new. Um romance que consegue um feito raro: ser universal e atemporal The New York Times Books review. O que seria este O jogo das contas de vidro, fundamento do último romance de Hermann Hesse, publicado em 1943? Seu título, Das Glasperlenspiel, literalmente O jogo das pérolas de vidro, remete a uma atividade lúdica, mas puramente intelectual, cujas raízes podem ser localizadas originalmente no pensamento de Pitágoras, renascendo na gnose, no humanismo hermético do Renascimento, com ressonâncias em Descartes e Leibniz. O nome do jogo se originaria no fato de Bastian Perrot, teórico musical, utilizar contas ou pérolas de vidro em lugar de signos gráficos na notação de melodias. Neste romance descreve-se uma comunidade mítica, na qual intelectuais dedicados à música, à astronomia, à matemática se deleitam na prática de uma atividade lúdica complexa e requintada, último avatar de uma cultura. Os jogadores procuravam criar uma linguagem secreta, universal, que exprimisse como uma álgebra simbólica a quintessência do conhecimento, à maneira dos sonhos dos antigos sábios. A ação se passa em 2200, na comunidade utópica de sábios reunidos na Castália. Segundo estudiosos da obra de Hesse, o herói José Servo e sua autobiografia fictícia representam a vida que o autor teria almejado. Ele tem a missão de ensinar aos monges beneditinos o jogo das contas de vidro, pois a ordem laica que representa deveria estabelecer relações com a ordem religiosa dirigida por padre Jacobus, um historiador. Por intermédio dele, Servo, atuando como magister ludi (mestre do jogo), descobre o valor da história, questiona seu universo e rebela-se. Unindo a sabedoria do Ocidente e do Oriente, Hesse nos conduz em O jogo das contas de vidro a um desfecho surpreendente numa obra construída com lições de muitos mestres. ISBN-10 : 8501119873Capa comum : 504 páginasISBN-13 : 978-8501119872Dimensões do produto : 22.8 x 15.6 x 3 cmEditora : Record; 1ª Edição (31 agosto 2020)Idioma: : Português, 6, new. SINOPSE [LIVRO EM CORES] Seminal e pioneiro, Afrografias da Memória registra a coexistência religiosa e cultural que marca tão fortemente a identidade, a memória e a cultura popular brasileiras, revelando a riqueza das tradições trazidas pelos africanos e a história social e cultural de resistência e sobrevivência das populações negras, durante e após a escravidão, ao incorporar na cultura dominante sua voz, cores e forma de sociabilidade, criando seus próprios rituais e suas próprias formas de pertencimento e acolhimento comunitário. Ancestralidade e comunidade, o terreiro do Jatobá explode em encanto nesse clássico da oralitura, que volta às prateleiras reafirmando o papel imanente e fundamental do negro para a cultura brasileira. QUARTA-CAPA Afrografias da Memória é uma das obras máximas da oralitura entre nós. Contando a história do Reinado de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, em Minas Gerais, Leda Maria Martins, doutora em Literatura Comparada e rainha de Nossa Senhora das Mercês, enlaça a palavra escrita com as vozes, cores e as melodias do Reinado, uma manifestação cultural de matriz banto que, por vias das performances rituais, transcria estilos, simbologia, metafísica, coreografia, inúmeros saberes, valores e cosmovisão africanos. Inscrevendo pelo rito a memória das diásporas negras, a tradição se enovela nas espirais do tempo, enfrenta as opressões e se faz patrimônio imaterial do povo brasileiro. Comemorando os 25 anos de seu lançamento, esta segunda edição, revista e atualizada pela autora, testemunha a vitalidade do Reinado, da memória, do livro e da festa, no contorno poético das palavras que encantam suas páginas e na evocação do corpo negro que canta e dança e, assim, performa e ressignifica sua própria história. ORELHA [por J. Guinsburg] As vias pelas quais o negro foi imprimindo o seu ethos na vida cultural brasileira não são, sem dúvida, em sua parte principal e talvez mais significativa, as que cruzavam os espaços sociais onde se celebravam os grandes fastos da cultura luso-ocidental e em que se consagravam os valores hierárquicos de seu código alto. Nem os retratos oficiais, nem as academias culteranas, nem os rapsodos de plantão, nem os escribas caligráficos guardaram registros dos roteiros pelos quais esse ouro da expressão e da vivência do povo afro, garimpado na escravidão e na alienação, transitou das minas, por exemplo, para as minas. Discriminado, marginalizado, ficou obliterado no anonimato das senzalas, dos quilombos e dos reinados do Rosário. E é justamente aí que Leda Martins foi buscá-lo para trazer à luz, em Afrografias da Memória, seu trans-seminante e translumbrante legado que, indeclinável, continua pulsante nas formas mais intrínsecas do feitio deste Brasil de tantos Brasis. Reprojetando e reconfigurando no universo textual do livro a textualidade oral afro-brasileira, focalizada nos Reinos Negros e nas congadas das Minas Gerais, a escritora recupera as grafias da oralitura em transcriações das inscrições ágrafas preservadas pelos congadeiros, em seus ritos e celebrações. Para este reescrever, que é uma leitura de entrega e vigília, se, de um lado, num primeiro passo, deixa-se possuir pelas vozes do sortilégio e da exaltação anímica, de outro, e com inteira deliberação, distancia-se do encantamento, assumindo o lugar epistemológico de sua condição autoral que grava sapientemente, no tracejado dos caracteres, os ecos reverberados pelas estrias da memória no transcrito da rememoração. LEDA MARIA MARTINS Rainha de Nossa Senhora das Mercês do Reinado de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, em Belo Horizonte. Poeta, ensaísta, dramaturga e professora. Doutora em Letras e Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais UFMG e mestre em Artes pela Indiana University, nos Estados Unidos, com pós-doutorado em Performances Studies pela New York University, Tisch School of the Arts, e em Performance e Ritos pela Universidade Federal Fluminense UFF. Foi professora da Universidade Federal de Minas Gerais, da Universidade Federal de Ouro Preto Ufop e professora visitante da Tisch, além de diretora de Ação Cultural da UFMG (de março de 2014 a março de 2018). Atua nas áreas de artes cênicas, literatura comparada, performances e estudos culturais. Publicou vários livros, capítulos de livros e de ensaios no Brasil e no exterior, com destaque para Cantiga de Amares (ed. independente, 1983); O Moderno Teatro de Qorpo-Santo (Editora UFMG/Ufop, 1991); A Cena em Sombras (Perspectiva, 1995); coeditora da Callalloo (v. 18, n. 4, Johns Hopkins, 1995, Special Issue: African Brazilian Literature); Afrografias da Memória (Perspectiva/Mazza, 1997 e 2021); Os Dias Anônimos (Sette Letras, 1999); Performances do Tempo Espiralar, Poéticas do Corpo-Tela (Cobogó, 2021). Em 2017, foi criado o prêmio Leda Maria Martins de Artes Cênicas Negras de Belo Horizonte, patrocinado pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais BDMG. COLEÇÃO A coleção Perspectivas reúne textos importantes, em pesquisa extensa na abrangência do assunto. Contempla biografias, história, arte, antropologia e literatura. DA CAPA Imagem da capa: Mastros com os estandartes em procissão. Foto de Vera Godoy, 2017. Os ritos e procissões do Reinado do Rosário no Jatobá explodem em cores e alegria. Essas festas símbolos da potência, resistência e criação da cultura afro-brasileira. TRECHOS No Sábado de Aleluia, quando em geral os Rosários são abertos, até fins de outubro, quando então os reinos se recolhem e se fecham, os tambores cantam em Minas e guiam pelas ruelas e pelos asfaltos, pelas capelas e igrejas do Rosário, pelos quintais, as nações do congado, que, com seus reis e rainhas, seus capitães e marinheiros, rematizam a África em terras d´Américas. Como estiletes autografando as abissais desfronteiras e deslimites simbólico-geográficos dessas serras gerais, congos, moçambiques, marujos, catupés, candombes, vilões, caboclos, na sua variedade rítmica, cromática e coreográ¬ca, performam cânticos, gestos, ritmos e falas, como aedos e griôs que imbricam a história e a memória, posfaciando o discurso cultural brasileiro com os prefácios africanos. A palavra oral, assim, realiza-se como linguagem, conhecimento e fruição porque alia, em sua dicção e veridicção, a música, o gesto, a dança, o canto, e porque exige propriedade e adequação em sua execução, pois para que a palavra adquira sua função dinâmica, deve ser dita de maneira e em contextos determinados. Assim, nos congados, cada situação e momento rituais exigem propriedade da linguagem, expressa nos cantares: há cantos de estrada, cantos para puxar bandeira, cantos para levantar mastro, cantos para saudar, cumprimentar, invocar, cantos para atravessar portas e encruzilhadas, e muitos outros. A encruzilhada, locus tangencial, é aqui assinalada como instância simbólica e metonímica, da qual se processam vias diversas de elaborações discursivas, motivadas pelos próprios discursos que a coabitam. Da esfera do rito e, portanto, da performance, é lugar radial de centramento e descentramento, interseções e desvios, texto e traduções, confuências e alterações, infuências e divergências, fusões e rupturas, multiplicidade e convergência, unidade e pluralidade, origem e disseminação. [...]. Nesse movimento, a própria noção de centro se dissemina, na medida em que se desloca, ou melhor, é deslocada pela improvisação rítmica e melódica. Diz Elisson: porque o jazz encontra seu ponto vital numa infindável improvisação sobre materiais tradicionais, o jazzista deve perder sua identidade, mesmo quando a encontra. Assim como o jazzista, metonímia das culturas negras nas Américas, retece os ritmos milenares, transcriando-os dialeticamente numa relação dinâmica e prospectiva, essa cultura, em seus variados modos de asserção, funda-se dialogicamente, em relação aos arquivos das tradições africanas, europeias e indígenas, nos jogos de linguagem, intertextuais e interculturais, que performa. Editora : Perspectiva; coedição: Mazza Edições (3 setembro 2021) Idioma : Português Capa comum : 256 páginas ISBN-10 : 6555050683 ISBN-13 : 978-6555050684 Dimensões : 16 x 1.6 x 23 cm, 6<
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2022, ISBN: 9786555050684
Milano: Mousse Publishing, 2022. A cura di Cristiano Raimondi. Testi di Giulio Carlo Argan, Cristiano Raimondi, Claudia Fazzolari e Daniel Rangel. Testo Italiano e Inglese. Milano, 20… mais…
Milano: Mousse Publishing, 2022. A cura di Cristiano Raimondi. Testi di Giulio Carlo Argan, Cristiano Raimondi, Claudia Fazzolari e Daniel Rangel. Testo Italiano e Inglese. Milano, 2022; cartonato, pp. 160, ill., cm 16,5x23,5. Published on the occasion of the exhibition The Brazilian Trace. A Riscadura Brasileira, the catalogue documents the long career of Rubem Valentim (19221991). In 1965, Rubem Valentim presented his first solo exhibition outside Brazil in Rome at Palazzo Pamphilj. Fifty-seven years later, Palazzo Pamphilj hosts a new anthological show celebrating the artists centenary in a city, country, and continent that was crucial for his career: he was one of the first Afro-Brazilians to achieve an international profile in the arts. The publication retraces his most significant milestone thanks to the precious contributions of Cristiano Raimondi and Daniel Rangel, curators of the exhibitions, and the extended chronology written by Claudia Fazzolari. A text remarks on the pillar figure that Valentim had in the Afro-Brazilian art by Giulio Carlo Argan. The catalogue is widely illustrated with archival documentation and artwork images. Particular attention has been dedicated to the paintings from the so-called Rome phase. A special booklet of photographs made by the artist himself during his permanence in the Italian capital accompanies the publication., Mousse Publishing, 2022, 0, new. SINOPSE [LIVRO EM CORES] Seminal e pioneiro, Afrografias da Memória registra a coexistência religiosa e cultural que marca tão fortemente a identidade, a memória e a cultura popular brasileiras, revelando a riqueza das tradições trazidas pelos africanos e a história social e cultural de resistência e sobrevivência das populações negras, durante e após a escravidão, ao incorporar na cultura dominante sua voz, cores e forma de sociabilidade, criando seus próprios rituais e suas próprias formas de pertencimento e acolhimento comunitário. Ancestralidade e comunidade, o terreiro do Jatobá explode em encanto nesse clássico da oralitura, que volta às prateleiras reafirmando o papel imanente e fundamental do negro para a cultura brasileira. QUARTA-CAPA Afrografias da Memória é uma das obras máximas da oralitura entre nós. Contando a história do Reinado de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, em Minas Gerais, Leda Maria Martins, doutora em Literatura Comparada e rainha de Nossa Senhora das Mercês, enlaça a palavra escrita com as vozes, cores e as melodias do Reinado, uma manifestação cultural de matriz banto que, por vias das performances rituais, transcria estilos, simbologia, metafísica, coreografia, inúmeros saberes, valores e cosmovisão africanos. Inscrevendo pelo rito a memória das diásporas negras, a tradição se enovela nas espirais do tempo, enfrenta as opressões e se faz patrimônio imaterial do povo brasileiro. Comemorando os 25 anos de seu lançamento, esta segunda edição, revista e atualizada pela autora, testemunha a vitalidade do Reinado, da memória, do livro e da festa, no contorno poético das palavras que encantam suas páginas e na evocação do corpo negro que canta e dança e, assim, performa e ressignifica sua própria história. ORELHA [por J. Guinsburg] As vias pelas quais o negro foi imprimindo o seu ethos na vida cultural brasileira não são, sem dúvida, em sua parte principal e talvez mais significativa, as que cruzavam os espaços sociais onde se celebravam os grandes fastos da cultura luso-ocidental e em que se consagravam os valores hierárquicos de seu código alto. Nem os retratos oficiais, nem as academias culteranas, nem os rapsodos de plantão, nem os escribas caligráficos guardaram registros dos roteiros pelos quais esse ouro da expressão e da vivência do povo afro, garimpado na escravidão e na alienação, transitou das minas, por exemplo, para as minas. Discriminado, marginalizado, ficou obliterado no anonimato das senzalas, dos quilombos e dos reinados do Rosário. E é justamente aí que Leda Martins foi buscá-lo para trazer à luz, em Afrografias da Memória, seu trans-seminante e translumbrante legado que, indeclinável, continua pulsante nas formas mais intrínsecas do feitio deste Brasil de tantos Brasis. Reprojetando e reconfigurando no universo textual do livro a textualidade oral afro-brasileira, focalizada nos Reinos Negros e nas congadas das Minas Gerais, a escritora recupera as grafias da oralitura em transcriações das inscrições ágrafas preservadas pelos congadeiros, em seus ritos e celebrações. Para este reescrever, que é uma leitura de entrega e vigília, se, de um lado, num primeiro passo, deixa-se possuir pelas vozes do sortilégio e da exaltação anímica, de outro, e com inteira deliberação, distancia-se do encantamento, assumindo o lugar epistemológico de sua condição autoral que grava sapientemente, no tracejado dos caracteres, os ecos reverberados pelas estrias da memória no transcrito da rememoração. LEDA MARIA MARTINS Rainha de Nossa Senhora das Mercês do Reinado de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, em Belo Horizonte. Poeta, ensaísta, dramaturga e professora. Doutora em Letras e Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais UFMG e mestre em Artes pela Indiana University, nos Estados Unidos, com pós-doutorado em Performances Studies pela New York University, Tisch School of the Arts, e em Performance e Ritos pela Universidade Federal Fluminense UFF. Foi professora da Universidade Federal de Minas Gerais, da Universidade Federal de Ouro Preto Ufop e professora visitante da Tisch, além de diretora de Ação Cultural da UFMG (de março de 2014 a março de 2018). Atua nas áreas de artes cênicas, literatura comparada, performances e estudos culturais. Publicou vários livros, capítulos de livros e de ensaios no Brasil e no exterior, com destaque para Cantiga de Amares (ed. independente, 1983); O Moderno Teatro de Qorpo-Santo (Editora UFMG/Ufop, 1991); A Cena em Sombras (Perspectiva, 1995); coeditora da Callalloo (v. 18, n. 4, Johns Hopkins, 1995, Special Issue: African Brazilian Literature); Afrografias da Memória (Perspectiva/Mazza, 1997 e 2021); Os Dias Anônimos (Sette Letras, 1999); Performances do Tempo Espiralar, Poéticas do Corpo-Tela (Cobogó, 2021). Em 2017, foi criado o prêmio Leda Maria Martins de Artes Cênicas Negras de Belo Horizonte, patrocinado pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais BDMG. COLEÇÃO A coleção Perspectivas reúne textos importantes, em pesquisa extensa na abrangência do assunto. Contempla biografias, história, arte, antropologia e literatura. DA CAPA Imagem da capa: Mastros com os estandartes em procissão. Foto de Vera Godoy, 2017. Os ritos e procissões do Reinado do Rosário no Jatobá explodem em cores e alegria. Essas festas símbolos da potência, resistência e criação da cultura afro-brasileira. TRECHOS No Sábado de Aleluia, quando em geral os Rosários são abertos, até fins de outubro, quando então os reinos se recolhem e se fecham, os tambores cantam em Minas e guiam pelas ruelas e pelos asfaltos, pelas capelas e igrejas do Rosário, pelos quintais, as nações do congado, que, com seus reis e rainhas, seus capitães e marinheiros, rematizam a África em terras d´Américas. Como estiletes autografando as abissais desfronteiras e deslimites simbólico-geográficos dessas serras gerais, congos, moçambiques, marujos, catupés, candombes, vilões, caboclos, na sua variedade rítmica, cromática e coreográ¬ca, performam cânticos, gestos, ritmos e falas, como aedos e griôs que imbricam a história e a memória, posfaciando o discurso cultural brasileiro com os prefácios africanos. A palavra oral, assim, realiza-se como linguagem, conhecimento e fruição porque alia, em sua dicção e veridicção, a música, o gesto, a dança, o canto, e porque exige propriedade e adequação em sua execução, pois para que a palavra adquira sua função dinâmica, deve ser dita de maneira e em contextos determinados. Assim, nos congados, cada situação e momento rituais exigem propriedade da linguagem, expressa nos cantares: há cantos de estrada, cantos para puxar bandeira, cantos para levantar mastro, cantos para saudar, cumprimentar, invocar, cantos para atravessar portas e encruzilhadas, e muitos outros. A encruzilhada, locus tangencial, é aqui assinalada como instância simbólica e metonímica, da qual se processam vias diversas de elaborações discursivas, motivadas pelos próprios discursos que a coabitam. Da esfera do rito e, portanto, da performance, é lugar radial de centramento e descentramento, interseções e desvios, texto e traduções, confuências e alterações, infuências e divergências, fusões e rupturas, multiplicidade e convergência, unidade e pluralidade, origem e disseminação. [...]. Nesse movimento, a própria noção de centro se dissemina, na medida em que se desloca, ou melhor, é deslocada pela improvisação rítmica e melódica. Diz Elisson: porque o jazz encontra seu ponto vital numa infindável improvisação sobre materiais tradicionais, o jazzista deve perder sua identidade, mesmo quando a encontra. Assim como o jazzista, metonímia das culturas negras nas Américas, retece os ritmos milenares, transcriando-os dialeticamente numa relação dinâmica e prospectiva, essa cultura, em seus variados modos de asserção, funda-se dialogicamente, em relação aos arquivos das tradições africanas, europeias e indígenas, nos jogos de linguagem, intertextuais e interculturais, que performa. Editora : Perspectiva; coedição: Mazza Edições (3 setembro 2021) Idioma : Português Capa comum : 256 páginas ISBN-10 : 6555050683 ISBN-13 : 978-6555050684 Dimensões : 16 x 1.6 x 23 cm, 6<
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2021, ISBN: 9786555050684
new. O livro traz um panorama histórico da música popular brasileira no século XX, com enfoque específico nas décadas de 60 a 80. Em um texto de raro conteúdo, a obra compõe a análise pa… mais…
new. O livro traz um panorama histórico da música popular brasileira no século XX, com enfoque específico nas décadas de 60 a 80. Em um texto de raro conteúdo, a obra compõe a análise partindo do acontecimento dos discos Minas e Geraes de Milton Nascimento, que retrataram a efervescência social e cultural vivenciadas naquela época. Editora : Paco Editorial; 1ª edição (1 janeiro 2016) Idioma : Português Capa comum : 128 páginas ISBN-10 : 8546203709 ISBN-13 : 978-8546203703 Dimensões : 20.8 x 13.6 x 0.6 cm, 6, new. SINOPSE [LIVRO EM CORES] Seminal e pioneiro, Afrografias da Memória registra a coexistência religiosa e cultural que marca tão fortemente a identidade, a memória e a cultura popular brasileiras, revelando a riqueza das tradições trazidas pelos africanos e a história social e cultural de resistência e sobrevivência das populações negras, durante e após a escravidão, ao incorporar na cultura dominante sua voz, cores e forma de sociabilidade, criando seus próprios rituais e suas próprias formas de pertencimento e acolhimento comunitário. Ancestralidade e comunidade, o terreiro do Jatobá explode em encanto nesse clássico da oralitura, que volta às prateleiras reafirmando o papel imanente e fundamental do negro para a cultura brasileira. QUARTA-CAPA Afrografias da Memória é uma das obras máximas da oralitura entre nós. Contando a história do Reinado de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, em Minas Gerais, Leda Maria Martins, doutora em Literatura Comparada e rainha de Nossa Senhora das Mercês, enlaça a palavra escrita com as vozes, cores e as melodias do Reinado, uma manifestação cultural de matriz banto que, por vias das performances rituais, transcria estilos, simbologia, metafísica, coreografia, inúmeros saberes, valores e cosmovisão africanos. Inscrevendo pelo rito a memória das diásporas negras, a tradição se enovela nas espirais do tempo, enfrenta as opressões e se faz patrimônio imaterial do povo brasileiro. Comemorando os 25 anos de seu lançamento, esta segunda edição, revista e atualizada pela autora, testemunha a vitalidade do Reinado, da memória, do livro e da festa, no contorno poético das palavras que encantam suas páginas e na evocação do corpo negro que canta e dança e, assim, performa e ressignifica sua própria história. ORELHA [por J. Guinsburg] As vias pelas quais o negro foi imprimindo o seu ethos na vida cultural brasileira não são, sem dúvida, em sua parte principal e talvez mais significativa, as que cruzavam os espaços sociais onde se celebravam os grandes fastos da cultura luso-ocidental e em que se consagravam os valores hierárquicos de seu código alto. Nem os retratos oficiais, nem as academias culteranas, nem os rapsodos de plantão, nem os escribas caligráficos guardaram registros dos roteiros pelos quais esse ouro da expressão e da vivência do povo afro, garimpado na escravidão e na alienação, transitou das minas, por exemplo, para as minas. Discriminado, marginalizado, ficou obliterado no anonimato das senzalas, dos quilombos e dos reinados do Rosário. E é justamente aí que Leda Martins foi buscá-lo para trazer à luz, em Afrografias da Memória, seu trans-seminante e translumbrante legado que, indeclinável, continua pulsante nas formas mais intrínsecas do feitio deste Brasil de tantos Brasis. Reprojetando e reconfigurando no universo textual do livro a textualidade oral afro-brasileira, focalizada nos Reinos Negros e nas congadas das Minas Gerais, a escritora recupera as grafias da oralitura em transcriações das inscrições ágrafas preservadas pelos congadeiros, em seus ritos e celebrações. Para este reescrever, que é uma leitura de entrega e vigília, se, de um lado, num primeiro passo, deixa-se possuir pelas vozes do sortilégio e da exaltação anímica, de outro, e com inteira deliberação, distancia-se do encantamento, assumindo o lugar epistemológico de sua condição autoral que grava sapientemente, no tracejado dos caracteres, os ecos reverberados pelas estrias da memória no transcrito da rememoração. LEDA MARIA MARTINS Rainha de Nossa Senhora das Mercês do Reinado de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, em Belo Horizonte. Poeta, ensaísta, dramaturga e professora. Doutora em Letras e Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais UFMG e mestre em Artes pela Indiana University, nos Estados Unidos, com pós-doutorado em Performances Studies pela New York University, Tisch School of the Arts, e em Performance e Ritos pela Universidade Federal Fluminense UFF. Foi professora da Universidade Federal de Minas Gerais, da Universidade Federal de Ouro Preto Ufop e professora visitante da Tisch, além de diretora de Ação Cultural da UFMG (de março de 2014 a março de 2018). Atua nas áreas de artes cênicas, literatura comparada, performances e estudos culturais. Publicou vários livros, capítulos de livros e de ensaios no Brasil e no exterior, com destaque para Cantiga de Amares (ed. independente, 1983); O Moderno Teatro de Qorpo-Santo (Editora UFMG/Ufop, 1991); A Cena em Sombras (Perspectiva, 1995); coeditora da Callalloo (v. 18, n. 4, Johns Hopkins, 1995, Special Issue: African Brazilian Literature); Afrografias da Memória (Perspectiva/Mazza, 1997 e 2021); Os Dias Anônimos (Sette Letras, 1999); Performances do Tempo Espiralar, Poéticas do Corpo-Tela (Cobogó, 2021). Em 2017, foi criado o prêmio Leda Maria Martins de Artes Cênicas Negras de Belo Horizonte, patrocinado pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais BDMG. COLEÇÃO A coleção Perspectivas reúne textos importantes, em pesquisa extensa na abrangência do assunto. Contempla biografias, história, arte, antropologia e literatura. DA CAPA Imagem da capa: Mastros com os estandartes em procissão. Foto de Vera Godoy, 2017. Os ritos e procissões do Reinado do Rosário no Jatobá explodem em cores e alegria. Essas festas símbolos da potência, resistência e criação da cultura afro-brasileira. TRECHOS No Sábado de Aleluia, quando em geral os Rosários são abertos, até fins de outubro, quando então os reinos se recolhem e se fecham, os tambores cantam em Minas e guiam pelas ruelas e pelos asfaltos, pelas capelas e igrejas do Rosário, pelos quintais, as nações do congado, que, com seus reis e rainhas, seus capitães e marinheiros, rematizam a África em terras d´Américas. Como estiletes autografando as abissais desfronteiras e deslimites simbólico-geográficos dessas serras gerais, congos, moçambiques, marujos, catupés, candombes, vilões, caboclos, na sua variedade rítmica, cromática e coreográ¬ca, performam cânticos, gestos, ritmos e falas, como aedos e griôs que imbricam a história e a memória, posfaciando o discurso cultural brasileiro com os prefácios africanos. A palavra oral, assim, realiza-se como linguagem, conhecimento e fruição porque alia, em sua dicção e veridicção, a música, o gesto, a dança, o canto, e porque exige propriedade e adequação em sua execução, pois para que a palavra adquira sua função dinâmica, deve ser dita de maneira e em contextos determinados. Assim, nos congados, cada situação e momento rituais exigem propriedade da linguagem, expressa nos cantares: há cantos de estrada, cantos para puxar bandeira, cantos para levantar mastro, cantos para saudar, cumprimentar, invocar, cantos para atravessar portas e encruzilhadas, e muitos outros. A encruzilhada, locus tangencial, é aqui assinalada como instância simbólica e metonímica, da qual se processam vias diversas de elaborações discursivas, motivadas pelos próprios discursos que a coabitam. Da esfera do rito e, portanto, da performance, é lugar radial de centramento e descentramento, interseções e desvios, texto e traduções, confuências e alterações, infuências e divergências, fusões e rupturas, multiplicidade e convergência, unidade e pluralidade, origem e disseminação. [...]. Nesse movimento, a própria noção de centro se dissemina, na medida em que se desloca, ou melhor, é deslocada pela improvisação rítmica e melódica. Diz Elisson: porque o jazz encontra seu ponto vital numa infindável improvisação sobre materiais tradicionais, o jazzista deve perder sua identidade, mesmo quando a encontra. Assim como o jazzista, metonímia das culturas negras nas Américas, retece os ritmos milenares, transcriando-os dialeticamente numa relação dinâmica e prospectiva, essa cultura, em seus variados modos de asserção, funda-se dialogicamente, em relação aos arquivos das tradições africanas, europeias e indígenas, nos jogos de linguagem, intertextuais e interculturais, que performa. Editora : Perspectiva; coedição: Mazza Edições (3 setembro 2021) Idioma : Português Capa comum : 256 páginas ISBN-10 : 6555050683 ISBN-13 : 978-6555050684 Dimensões : 16 x 1.6 x 23 cm, 6<
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2021, ISBN: 9786555050684
new. SINOPSE [LIVRO EM CORES] Seminal e pioneiro, Afrografias da Memória registra a coexistência religiosa e cultural que marca tão fortemente a identidade, a memória e a cultura popular… mais…
new. SINOPSE [LIVRO EM CORES] Seminal e pioneiro, Afrografias da Memória registra a coexistência religiosa e cultural que marca tão fortemente a identidade, a memória e a cultura popular brasileiras, revelando a riqueza das tradições trazidas pelos africanos e a história social e cultural de resistência e sobrevivência das populações negras, durante e após a escravidão, ao incorporar na cultura dominante sua voz, cores e forma de sociabilidade, criando seus próprios rituais e suas próprias formas de pertencimento e acolhimento comunitário. Ancestralidade e comunidade, o terreiro do Jatobá explode em encanto nesse clássico da oralitura, que volta às prateleiras reafirmando o papel imanente e fundamental do negro para a cultura brasileira. QUARTA-CAPA Afrografias da Memória é uma das obras máximas da oralitura entre nós. Contando a história do Reinado de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, em Minas Gerais, Leda Maria Martins, doutora em Literatura Comparada e rainha de Nossa Senhora das Mercês, enlaça a palavra escrita com as vozes, cores e as melodias do Reinado, uma manifestação cultural de matriz banto que, por vias das performances rituais, transcria estilos, simbologia, metafísica, coreografia, inúmeros saberes, valores e cosmovisão africanos. Inscrevendo pelo rito a memória das diásporas negras, a tradição se enovela nas espirais do tempo, enfrenta as opressões e se faz patrimônio imaterial do povo brasileiro. Comemorando os 25 anos de seu lançamento, esta segunda edição, revista e atualizada pela autora, testemunha a vitalidade do Reinado, da memória, do livro e da festa, no contorno poético das palavras que encantam suas páginas e na evocação do corpo negro que canta e dança e, assim, performa e ressignifica sua própria história. ORELHA [por J. Guinsburg] As vias pelas quais o negro foi imprimindo o seu ethos na vida cultural brasileira não são, sem dúvida, em sua parte principal e talvez mais significativa, as que cruzavam os espaços sociais onde se celebravam os grandes fastos da cultura luso-ocidental e em que se consagravam os valores hierárquicos de seu código alto. Nem os retratos oficiais, nem as academias culteranas, nem os rapsodos de plantão, nem os escribas caligráficos guardaram registros dos roteiros pelos quais esse ouro da expressão e da vivência do povo afro, garimpado na escravidão e na alienação, transitou das minas, por exemplo, para as minas. Discriminado, marginalizado, ficou obliterado no anonimato das senzalas, dos quilombos e dos reinados do Rosário. E é justamente aí que Leda Martins foi buscá-lo para trazer à luz, em Afrografias da Memória, seu trans-seminante e translumbrante legado que, indeclinável, continua pulsante nas formas mais intrínsecas do feitio deste Brasil de tantos Brasis. Reprojetando e reconfigurando no universo textual do livro a textualidade oral afro-brasileira, focalizada nos Reinos Negros e nas congadas das Minas Gerais, a escritora recupera as grafias da oralitura em transcriações das inscrições ágrafas preservadas pelos congadeiros, em seus ritos e celebrações. Para este reescrever, que é uma leitura de entrega e vigília, se, de um lado, num primeiro passo, deixa-se possuir pelas vozes do sortilégio e da exaltação anímica, de outro, e com inteira deliberação, distancia-se do encantamento, assumindo o lugar epistemológico de sua condição autoral que grava sapientemente, no tracejado dos caracteres, os ecos reverberados pelas estrias da memória no transcrito da rememoração. LEDA MARIA MARTINS Rainha de Nossa Senhora das Mercês do Reinado de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, em Belo Horizonte. Poeta, ensaísta, dramaturga e professora. Doutora em Letras e Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais UFMG e mestre em Artes pela Indiana University, nos Estados Unidos, com pós-doutorado em Performances Studies pela New York University, Tisch School of the Arts, e em Performance e Ritos pela Universidade Federal Fluminense UFF. Foi professora da Universidade Federal de Minas Gerais, da Universidade Federal de Ouro Preto Ufop e professora visitante da Tisch, além de diretora de Ação Cultural da UFMG (de março de 2014 a março de 2018). Atua nas áreas de artes cênicas, literatura comparada, performances e estudos culturais. Publicou vários livros, capítulos de livros e de ensaios no Brasil e no exterior, com destaque para Cantiga de Amares (ed. independente, 1983); O Moderno Teatro de Qorpo-Santo (Editora UFMG/Ufop, 1991); A Cena em Sombras (Perspectiva, 1995); coeditora da Callalloo (v. 18, n. 4, Johns Hopkins, 1995, Special Issue: African Brazilian Literature); Afrografias da Memória (Perspectiva/Mazza, 1997 e 2021); Os Dias Anônimos (Sette Letras, 1999); Performances do Tempo Espiralar, Poéticas do Corpo-Tela (Cobogó, 2021). Em 2017, foi criado o prêmio Leda Maria Martins de Artes Cênicas Negras de Belo Horizonte, patrocinado pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais BDMG. COLEÇÃO A coleção Perspectivas reúne textos importantes, em pesquisa extensa na abrangência do assunto. Contempla biografias, história, arte, antropologia e literatura. DA CAPA Imagem da capa: Mastros com os estandartes em procissão. Foto de Vera Godoy, 2017. Os ritos e procissões do Reinado do Rosário no Jatobá explodem em cores e alegria. Essas festas símbolos da potência, resistência e criação da cultura afro-brasileira. TRECHOS No Sábado de Aleluia, quando em geral os Rosários são abertos, até fins de outubro, quando então os reinos se recolhem e se fecham, os tambores cantam em Minas e guiam pelas ruelas e pelos asfaltos, pelas capelas e igrejas do Rosário, pelos quintais, as nações do congado, que, com seus reis e rainhas, seus capitães e marinheiros, rematizam a África em terras d´Américas. Como estiletes autografando as abissais desfronteiras e deslimites simbólico-geográficos dessas serras gerais, congos, moçambiques, marujos, catupés, candombes, vilões, caboclos, na sua variedade rítmica, cromática e coreográ¬ca, performam cânticos, gestos, ritmos e falas, como aedos e griôs que imbricam a história e a memória, posfaciando o discurso cultural brasileiro com os prefácios africanos. A palavra oral, assim, realiza-se como linguagem, conhecimento e fruição porque alia, em sua dicção e veridicção, a música, o gesto, a dança, o canto, e porque exige propriedade e adequação em sua execução, pois para que a palavra adquira sua função dinâmica, deve ser dita de maneira e em contextos determinados. Assim, nos congados, cada situação e momento rituais exigem propriedade da linguagem, expressa nos cantares: há cantos de estrada, cantos para puxar bandeira, cantos para levantar mastro, cantos para saudar, cumprimentar, invocar, cantos para atravessar portas e encruzilhadas, e muitos outros. A encruzilhada, locus tangencial, é aqui assinalada como instância simbólica e metonímica, da qual se processam vias diversas de elaborações discursivas, motivadas pelos próprios discursos que a coabitam. Da esfera do rito e, portanto, da performance, é lugar radial de centramento e descentramento, interseções e desvios, texto e traduções, confuências e alterações, infuências e divergências, fusões e rupturas, multiplicidade e convergência, unidade e pluralidade, origem e disseminação. [...]. Nesse movimento, a própria noção de centro se dissemina, na medida em que se desloca, ou melhor, é deslocada pela improvisação rítmica e melódica. Diz Elisson: porque o jazz encontra seu ponto vital numa infindável improvisação sobre materiais tradicionais, o jazzista deve perder sua identidade, mesmo quando a encontra. Assim como o jazzista, metonímia das culturas negras nas Américas, retece os ritmos milenares, transcriando-os dialeticamente numa relação dinâmica e prospectiva, essa cultura, em seus variados modos de asserção, funda-se dialogicamente, em relação aos arquivos das tradições africanas, europeias e indígenas, nos jogos de linguagem, intertextuais e interculturais, que performa. Editora : Perspectiva; coedição: Mazza Edições (3 setembro 2021) Idioma : Português Capa comum : 256 páginas ISBN-10 : 6555050683 ISBN-13 : 978-6555050684 Dimensões : 16 x 1.6 x 23 cm, 6<
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2021, ISBN: 6555050683
[EAN: 9786555050684], Neubuch, [PU: Perspectiva], SINOPSE [LIVRO EM CORES] Seminal e pioneiro, Afrografias da Memà ria registra a coexistência religiosa e cultural que marca tão forteme… mais…
[EAN: 9786555050684], Neubuch, [PU: Perspectiva], SINOPSE [LIVRO EM CORES] Seminal e pioneiro, Afrografias da Memà ria registra a coexistência religiosa e cultural que marca tão fortemente a identidade, a memà ria e a cultura popular brasileiras, revelando a riqueza das tradições trazidas pelos africanos e a histà ria social e cultural de resistência e sobrevivência das populações negras, durante e apà s a escravidão, ao incorporar na cultura dominante sua voz, cores e forma de sociabilidade, criando seus prà prios rituais e suas prà prias formas de pertencimento e acolhimento comunitário. Ancestralidade e comunidade, o terreiro do Jatobá explode em encanto nesse clássico da oralitura, que volta Ãs prateleiras reafirmando o papel imanente e fundamental do negro para a cultura brasileira. QUARTA-CAPA Afrografias da Memà ria à uma das obras máximas da oralitura entre nà s. Contando a histà ria do Reinado de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, em Minas Gerais, Leda Maria Martins, doutora em Literatura Comparada e rainha de Nossa Senhora das Mercês, enlaça a palavra escrita com as vozes, cores e as melodias do Reinado, uma manifestação cultural de matriz banto que, por vias das performances rituais, transcria estilos, simbologia, metafÃsica, coreografia, inúmeros saberes, valores e cosmovisão africanos. Inscrevendo pelo rito a memà ria das diásporas negras, a tradição se enovela nas espirais do tempo, enfrenta as opressões e se faz patrimà nio imaterial do povo brasileiro. Comemorando os 25 anos de seu lançamento, esta segunda edição, revista e atualizada pela autora, testemunha a vitalidade do Reinado, da memà ria, do livro e da festa, no contorno poà tico das palavras que encantam suas páginas e na evocação do corpo negro que canta e dança e, assim, performa e ressignifica sua prà pria histà ria. ORELHA [por J. Guinsburg] As vias pelas quais o negro foi imprimindo o seu ethos na vida cultural brasileira não são, sem dúvida, em sua parte principal e talvez mais significativa, as que cruzavam os espaços sociais onde se celebravam os grandes fastos da cultura luso-ocidental e em que se consagravam os valores hierárquicos de seu cà digo alto. Nem os retratos oficiais, nem as academias culteranas, nem os rapsodos de plantão, nem os escribas caligráficos guardaram registros dos roteiros pelos quais esse ouro da expressão e da vivência do povo afro, garimpado na escravidão e na alienação, transitou das minas, por exemplo, para as minas. Discriminado, marginalizado, ficou obliterado no anonimato das senzalas, dos quilombos e dos reinados do Rosário. E à justamente aà que Leda Martins foi buscá-lo para trazer à luz, em Afrografias da Memà ria, seu trans-seminante e translumbrante legado que, indeclinável, continua pulsante nas formas mais intrÃnsecas do feitio deste Brasil de tantos Brasis. Reprojetando e reconfigurando no universo textual do livro a textualidade oral afro-brasileira, focalizada nos Reinos Negros e nas congadas das Minas Gerais, a escritora recupera as grafias da oralitura em transcriações das inscrições ágrafas preservadas pelos congadeiros, em seus ritos e celebrações. Para este reescrever, que à uma leitura de entrega e vigÃlia, se, de um lado, num primeiro passo, deixa-se possuir pelas vozes do sortilà gio e da exaltação anÃmica, de outro, e com inteira deliberação, distancia-se do encantamento, assumindo o lugar epistemolà gico de sua condição autoral que grava sapientemente, no tracejado dos caracteres, os ecos reverberados pelas estrias da memà ria no transcrito da rememoração. LEDA MARIA MARTINS Rainha de Nossa Senhora das Mercês do Reinado de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, em Belo Horizonte. Poeta, ensaÃsta, dramaturga e professora. Doutora em Letras e Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais â€" UFMG e mestre em Artes pela Indiana University, nos Estados Unidos, com pà s-doutorado em Performances Studies pela New York University, Tisch School of the Arts, e em Performance e Ritos pela Universidade Federal Fluminense â€" UFF. Foi professora da Universidade Federal de Minas Gerais, da Universidade Federal de Ouro Preto â€" Ufop e professora visitante da Tisch, alà m de diretora de Ação Cultural da UFMG (de março de 2014 a março de 2018). Atua nas áreas de artes cênicas, literatura comparada, performances e estudos culturais. Publicou vários livros, capÃtulos de livros e de ensaios no Brasil e no exterior, com destaque para Cantiga de Amares (ed. independente, 1983); O Moderno Teatro de Qorpo-Santo (Editora UFMG/Ufop, 1991); A Cena em Sombras (Perspectiva, 1995); coeditora da Callalloo (v. 18, n. 4, Johns Hopkins, 1995, Special Issue: African Brazilian Literature); Afrografias da Memà ria (Perspectiva/Mazza, 1997 e 2021); Os Dias Anà nimos (Sette Letras, 1999); Performances do Tempo Espiralar, Poà ticas do Corpo-Tela (Cobogà , 2021). Em 2017, foi criado o prêmio Leda Maria Martins de Artes Cênicas Negras de Belo Horizonte, patrocinado pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais â€" BDMG. COLEÇÃO A coleção Perspectivas reúne textos importantes, em pesquisa extensa na abrangência do assunto. Contempla biografias, histà ria, arte, antropologia e literatura. DA CAPA Imagem da capa: Mastros com os estandartes em procissão. Foto de Vera Godoy, 2017. Os ritos e procissões do Reinado do Rosário no Jatobá explodem em cores e alegria. Essas festas sÃmbolos da potência, resistência e criação da cultura afro-brasileira. TRECHOS No Sábado de Aleluia, quando em geral os Rosários são abertos, atà fins de outubro, quando então os reinos se recolhem e se fecham, os tambores cantam em Minas e guiam pelas ruelas e pelos asfaltos, pelas capelas e igrejas do Rosário, pelos quintais, as nações do congado, que, com seus reis e rainhas, seus capitães e marinheiros, rematizam a Ãfrica em terras d Amà ricas. Como estiletes autografando as abissais desfronteiras e deslimites simbà lico-geográficos dessas serras gerais, congo, Books<
AbeBooks.de Livro Brasileiro, Malden, MA, U.S.A. [64257487] [Rating: 2 (von 5)] NEW BOOK. Custos de envio: EUR 8.30 Details... |
2021, ISBN: 9786555050684
new. Espécie de Fausto russo, inspirado na obra de Goethe e na ópera homônima de Charles Gounod, O mestre e Margarida, de Mikhail Bulgákov, é considerado um dos grandes romances do sécul… mais…
new. Espécie de Fausto russo, inspirado na obra de Goethe e na ópera homônima de Charles Gounod, O mestre e Margarida, de Mikhail Bulgákov, é considerado um dos grandes romances do século XX. Situado na Moscou dos anos 1930, o livro narra as peripécias de satã na cidade acompanhado de um séquito infernal, composto por um gato falante e fanfarrão, um intérprete trapaceiro, uma bela bruxa e um capanga assustador. Seu caminho se cruzará com o dos amantes mestre e Margarida ele um escritor mal compreendido, autor de um romance sobre Pôncio Pilatos, ela uma das personagens mais fortes da literatura russa, que, qual Orfeu, fará de tudo para reencontrar seu amado desaparecido. Escrito entre 1928 e 1940, ano da morte do autor, mas só publicado no fim dos anos 1960, no Ocidente, e em 1973, na Rússia, o livro se tornou então sucesso imediato no mundo todo e inspirou centenas de adaptações para o teatro, cinema, televisão, animação, ópera, dança e música (inclusive a famosíssima canção Simpathy for the Devil, dos Rolling Stones). História de amor e desejo, sátira do mundo das letras e das pequenas e grandes vaidades humanas, além de crítica ferina mas bem-humorada ao regime soviético, o romance empresta recursos da linguagem teatral, musical e mesmo da linguagem cinematográfica, com cortes e saltos temporais e espaciais que imprimem à narrativa um ritmo vertiginoso, divertido e sempre surpreendente tudo isso captado com maestria pela tradução de Irineu Franco Perpetuo, feita a partir da mais recente edição crítica russa. Capa comum: 408 páginasEditora: Editora 34; Edição: 1ª (13 de novembro de 2017)Idioma: PortuguêsISBN-10: 8573266805ISBN-13: 978-8573266801Dimensões do produto: 22,8 x 15,6 x 2,2 cmPeso de envio: 635 g, 6, new. Um romance que consegue um feito raro: ser universal e atemporal The New York Times Books review. O que seria este O jogo das contas de vidro, fundamento do último romance de Hermann Hesse, publicado em 1943? Seu título, Das Glasperlenspiel, literalmente O jogo das pérolas de vidro, remete a uma atividade lúdica, mas puramente intelectual, cujas raízes podem ser localizadas originalmente no pensamento de Pitágoras, renascendo na gnose, no humanismo hermético do Renascimento, com ressonâncias em Descartes e Leibniz. O nome do jogo se originaria no fato de Bastian Perrot, teórico musical, utilizar contas ou pérolas de vidro em lugar de signos gráficos na notação de melodias. Neste romance descreve-se uma comunidade mítica, na qual intelectuais dedicados à música, à astronomia, à matemática se deleitam na prática de uma atividade lúdica complexa e requintada, último avatar de uma cultura. Os jogadores procuravam criar uma linguagem secreta, universal, que exprimisse como uma álgebra simbólica a quintessência do conhecimento, à maneira dos sonhos dos antigos sábios. A ação se passa em 2200, na comunidade utópica de sábios reunidos na Castália. Segundo estudiosos da obra de Hesse, o herói José Servo e sua autobiografia fictícia representam a vida que o autor teria almejado. Ele tem a missão de ensinar aos monges beneditinos o jogo das contas de vidro, pois a ordem laica que representa deveria estabelecer relações com a ordem religiosa dirigida por padre Jacobus, um historiador. Por intermédio dele, Servo, atuando como magister ludi (mestre do jogo), descobre o valor da história, questiona seu universo e rebela-se. Unindo a sabedoria do Ocidente e do Oriente, Hesse nos conduz em O jogo das contas de vidro a um desfecho surpreendente numa obra construída com lições de muitos mestres. ISBN-10 : 8501119873Capa comum : 504 páginasISBN-13 : 978-8501119872Dimensões do produto : 22.8 x 15.6 x 3 cmEditora : Record; 1ª Edição (31 agosto 2020)Idioma: : Português, 6, new. SINOPSE [LIVRO EM CORES] Seminal e pioneiro, Afrografias da Memória registra a coexistência religiosa e cultural que marca tão fortemente a identidade, a memória e a cultura popular brasileiras, revelando a riqueza das tradições trazidas pelos africanos e a história social e cultural de resistência e sobrevivência das populações negras, durante e após a escravidão, ao incorporar na cultura dominante sua voz, cores e forma de sociabilidade, criando seus próprios rituais e suas próprias formas de pertencimento e acolhimento comunitário. Ancestralidade e comunidade, o terreiro do Jatobá explode em encanto nesse clássico da oralitura, que volta às prateleiras reafirmando o papel imanente e fundamental do negro para a cultura brasileira. QUARTA-CAPA Afrografias da Memória é uma das obras máximas da oralitura entre nós. Contando a história do Reinado de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, em Minas Gerais, Leda Maria Martins, doutora em Literatura Comparada e rainha de Nossa Senhora das Mercês, enlaça a palavra escrita com as vozes, cores e as melodias do Reinado, uma manifestação cultural de matriz banto que, por vias das performances rituais, transcria estilos, simbologia, metafísica, coreografia, inúmeros saberes, valores e cosmovisão africanos. Inscrevendo pelo rito a memória das diásporas negras, a tradição se enovela nas espirais do tempo, enfrenta as opressões e se faz patrimônio imaterial do povo brasileiro. Comemorando os 25 anos de seu lançamento, esta segunda edição, revista e atualizada pela autora, testemunha a vitalidade do Reinado, da memória, do livro e da festa, no contorno poético das palavras que encantam suas páginas e na evocação do corpo negro que canta e dança e, assim, performa e ressignifica sua própria história. ORELHA [por J. Guinsburg] As vias pelas quais o negro foi imprimindo o seu ethos na vida cultural brasileira não são, sem dúvida, em sua parte principal e talvez mais significativa, as que cruzavam os espaços sociais onde se celebravam os grandes fastos da cultura luso-ocidental e em que se consagravam os valores hierárquicos de seu código alto. Nem os retratos oficiais, nem as academias culteranas, nem os rapsodos de plantão, nem os escribas caligráficos guardaram registros dos roteiros pelos quais esse ouro da expressão e da vivência do povo afro, garimpado na escravidão e na alienação, transitou das minas, por exemplo, para as minas. Discriminado, marginalizado, ficou obliterado no anonimato das senzalas, dos quilombos e dos reinados do Rosário. E é justamente aí que Leda Martins foi buscá-lo para trazer à luz, em Afrografias da Memória, seu trans-seminante e translumbrante legado que, indeclinável, continua pulsante nas formas mais intrínsecas do feitio deste Brasil de tantos Brasis. Reprojetando e reconfigurando no universo textual do livro a textualidade oral afro-brasileira, focalizada nos Reinos Negros e nas congadas das Minas Gerais, a escritora recupera as grafias da oralitura em transcriações das inscrições ágrafas preservadas pelos congadeiros, em seus ritos e celebrações. Para este reescrever, que é uma leitura de entrega e vigília, se, de um lado, num primeiro passo, deixa-se possuir pelas vozes do sortilégio e da exaltação anímica, de outro, e com inteira deliberação, distancia-se do encantamento, assumindo o lugar epistemológico de sua condição autoral que grava sapientemente, no tracejado dos caracteres, os ecos reverberados pelas estrias da memória no transcrito da rememoração. LEDA MARIA MARTINS Rainha de Nossa Senhora das Mercês do Reinado de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, em Belo Horizonte. Poeta, ensaísta, dramaturga e professora. Doutora em Letras e Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais UFMG e mestre em Artes pela Indiana University, nos Estados Unidos, com pós-doutorado em Performances Studies pela New York University, Tisch School of the Arts, e em Performance e Ritos pela Universidade Federal Fluminense UFF. Foi professora da Universidade Federal de Minas Gerais, da Universidade Federal de Ouro Preto Ufop e professora visitante da Tisch, além de diretora de Ação Cultural da UFMG (de março de 2014 a março de 2018). Atua nas áreas de artes cênicas, literatura comparada, performances e estudos culturais. Publicou vários livros, capítulos de livros e de ensaios no Brasil e no exterior, com destaque para Cantiga de Amares (ed. independente, 1983); O Moderno Teatro de Qorpo-Santo (Editora UFMG/Ufop, 1991); A Cena em Sombras (Perspectiva, 1995); coeditora da Callalloo (v. 18, n. 4, Johns Hopkins, 1995, Special Issue: African Brazilian Literature); Afrografias da Memória (Perspectiva/Mazza, 1997 e 2021); Os Dias Anônimos (Sette Letras, 1999); Performances do Tempo Espiralar, Poéticas do Corpo-Tela (Cobogó, 2021). Em 2017, foi criado o prêmio Leda Maria Martins de Artes Cênicas Negras de Belo Horizonte, patrocinado pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais BDMG. COLEÇÃO A coleção Perspectivas reúne textos importantes, em pesquisa extensa na abrangência do assunto. Contempla biografias, história, arte, antropologia e literatura. DA CAPA Imagem da capa: Mastros com os estandartes em procissão. Foto de Vera Godoy, 2017. Os ritos e procissões do Reinado do Rosário no Jatobá explodem em cores e alegria. Essas festas símbolos da potência, resistência e criação da cultura afro-brasileira. TRECHOS No Sábado de Aleluia, quando em geral os Rosários são abertos, até fins de outubro, quando então os reinos se recolhem e se fecham, os tambores cantam em Minas e guiam pelas ruelas e pelos asfaltos, pelas capelas e igrejas do Rosário, pelos quintais, as nações do congado, que, com seus reis e rainhas, seus capitães e marinheiros, rematizam a África em terras d´Américas. Como estiletes autografando as abissais desfronteiras e deslimites simbólico-geográficos dessas serras gerais, congos, moçambiques, marujos, catupés, candombes, vilões, caboclos, na sua variedade rítmica, cromática e coreográ¬ca, performam cânticos, gestos, ritmos e falas, como aedos e griôs que imbricam a história e a memória, posfaciando o discurso cultural brasileiro com os prefácios africanos. A palavra oral, assim, realiza-se como linguagem, conhecimento e fruição porque alia, em sua dicção e veridicção, a música, o gesto, a dança, o canto, e porque exige propriedade e adequação em sua execução, pois para que a palavra adquira sua função dinâmica, deve ser dita de maneira e em contextos determinados. Assim, nos congados, cada situação e momento rituais exigem propriedade da linguagem, expressa nos cantares: há cantos de estrada, cantos para puxar bandeira, cantos para levantar mastro, cantos para saudar, cumprimentar, invocar, cantos para atravessar portas e encruzilhadas, e muitos outros. A encruzilhada, locus tangencial, é aqui assinalada como instância simbólica e metonímica, da qual se processam vias diversas de elaborações discursivas, motivadas pelos próprios discursos que a coabitam. Da esfera do rito e, portanto, da performance, é lugar radial de centramento e descentramento, interseções e desvios, texto e traduções, confuências e alterações, infuências e divergências, fusões e rupturas, multiplicidade e convergência, unidade e pluralidade, origem e disseminação. [...]. Nesse movimento, a própria noção de centro se dissemina, na medida em que se desloca, ou melhor, é deslocada pela improvisação rítmica e melódica. Diz Elisson: porque o jazz encontra seu ponto vital numa infindável improvisação sobre materiais tradicionais, o jazzista deve perder sua identidade, mesmo quando a encontra. Assim como o jazzista, metonímia das culturas negras nas Américas, retece os ritmos milenares, transcriando-os dialeticamente numa relação dinâmica e prospectiva, essa cultura, em seus variados modos de asserção, funda-se dialogicamente, em relação aos arquivos das tradições africanas, europeias e indígenas, nos jogos de linguagem, intertextuais e interculturais, que performa. Editora : Perspectiva; coedição: Mazza Edições (3 setembro 2021) Idioma : Português Capa comum : 256 páginas ISBN-10 : 6555050683 ISBN-13 : 978-6555050684 Dimensões : 16 x 1.6 x 23 cm, 6<
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2022, ISBN: 9786555050684
Milano: Mousse Publishing, 2022. A cura di Cristiano Raimondi. Testi di Giulio Carlo Argan, Cristiano Raimondi, Claudia Fazzolari e Daniel Rangel. Testo Italiano e Inglese. Milano, 20… mais…
Milano: Mousse Publishing, 2022. A cura di Cristiano Raimondi. Testi di Giulio Carlo Argan, Cristiano Raimondi, Claudia Fazzolari e Daniel Rangel. Testo Italiano e Inglese. Milano, 2022; cartonato, pp. 160, ill., cm 16,5x23,5. Published on the occasion of the exhibition The Brazilian Trace. A Riscadura Brasileira, the catalogue documents the long career of Rubem Valentim (19221991). In 1965, Rubem Valentim presented his first solo exhibition outside Brazil in Rome at Palazzo Pamphilj. Fifty-seven years later, Palazzo Pamphilj hosts a new anthological show celebrating the artists centenary in a city, country, and continent that was crucial for his career: he was one of the first Afro-Brazilians to achieve an international profile in the arts. The publication retraces his most significant milestone thanks to the precious contributions of Cristiano Raimondi and Daniel Rangel, curators of the exhibitions, and the extended chronology written by Claudia Fazzolari. A text remarks on the pillar figure that Valentim had in the Afro-Brazilian art by Giulio Carlo Argan. The catalogue is widely illustrated with archival documentation and artwork images. Particular attention has been dedicated to the paintings from the so-called Rome phase. A special booklet of photographs made by the artist himself during his permanence in the Italian capital accompanies the publication., Mousse Publishing, 2022, 0, new. SINOPSE [LIVRO EM CORES] Seminal e pioneiro, Afrografias da Memória registra a coexistência religiosa e cultural que marca tão fortemente a identidade, a memória e a cultura popular brasileiras, revelando a riqueza das tradições trazidas pelos africanos e a história social e cultural de resistência e sobrevivência das populações negras, durante e após a escravidão, ao incorporar na cultura dominante sua voz, cores e forma de sociabilidade, criando seus próprios rituais e suas próprias formas de pertencimento e acolhimento comunitário. Ancestralidade e comunidade, o terreiro do Jatobá explode em encanto nesse clássico da oralitura, que volta às prateleiras reafirmando o papel imanente e fundamental do negro para a cultura brasileira. QUARTA-CAPA Afrografias da Memória é uma das obras máximas da oralitura entre nós. Contando a história do Reinado de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, em Minas Gerais, Leda Maria Martins, doutora em Literatura Comparada e rainha de Nossa Senhora das Mercês, enlaça a palavra escrita com as vozes, cores e as melodias do Reinado, uma manifestação cultural de matriz banto que, por vias das performances rituais, transcria estilos, simbologia, metafísica, coreografia, inúmeros saberes, valores e cosmovisão africanos. Inscrevendo pelo rito a memória das diásporas negras, a tradição se enovela nas espirais do tempo, enfrenta as opressões e se faz patrimônio imaterial do povo brasileiro. Comemorando os 25 anos de seu lançamento, esta segunda edição, revista e atualizada pela autora, testemunha a vitalidade do Reinado, da memória, do livro e da festa, no contorno poético das palavras que encantam suas páginas e na evocação do corpo negro que canta e dança e, assim, performa e ressignifica sua própria história. ORELHA [por J. Guinsburg] As vias pelas quais o negro foi imprimindo o seu ethos na vida cultural brasileira não são, sem dúvida, em sua parte principal e talvez mais significativa, as que cruzavam os espaços sociais onde se celebravam os grandes fastos da cultura luso-ocidental e em que se consagravam os valores hierárquicos de seu código alto. Nem os retratos oficiais, nem as academias culteranas, nem os rapsodos de plantão, nem os escribas caligráficos guardaram registros dos roteiros pelos quais esse ouro da expressão e da vivência do povo afro, garimpado na escravidão e na alienação, transitou das minas, por exemplo, para as minas. Discriminado, marginalizado, ficou obliterado no anonimato das senzalas, dos quilombos e dos reinados do Rosário. E é justamente aí que Leda Martins foi buscá-lo para trazer à luz, em Afrografias da Memória, seu trans-seminante e translumbrante legado que, indeclinável, continua pulsante nas formas mais intrínsecas do feitio deste Brasil de tantos Brasis. Reprojetando e reconfigurando no universo textual do livro a textualidade oral afro-brasileira, focalizada nos Reinos Negros e nas congadas das Minas Gerais, a escritora recupera as grafias da oralitura em transcriações das inscrições ágrafas preservadas pelos congadeiros, em seus ritos e celebrações. Para este reescrever, que é uma leitura de entrega e vigília, se, de um lado, num primeiro passo, deixa-se possuir pelas vozes do sortilégio e da exaltação anímica, de outro, e com inteira deliberação, distancia-se do encantamento, assumindo o lugar epistemológico de sua condição autoral que grava sapientemente, no tracejado dos caracteres, os ecos reverberados pelas estrias da memória no transcrito da rememoração. LEDA MARIA MARTINS Rainha de Nossa Senhora das Mercês do Reinado de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, em Belo Horizonte. Poeta, ensaísta, dramaturga e professora. Doutora em Letras e Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais UFMG e mestre em Artes pela Indiana University, nos Estados Unidos, com pós-doutorado em Performances Studies pela New York University, Tisch School of the Arts, e em Performance e Ritos pela Universidade Federal Fluminense UFF. Foi professora da Universidade Federal de Minas Gerais, da Universidade Federal de Ouro Preto Ufop e professora visitante da Tisch, além de diretora de Ação Cultural da UFMG (de março de 2014 a março de 2018). Atua nas áreas de artes cênicas, literatura comparada, performances e estudos culturais. Publicou vários livros, capítulos de livros e de ensaios no Brasil e no exterior, com destaque para Cantiga de Amares (ed. independente, 1983); O Moderno Teatro de Qorpo-Santo (Editora UFMG/Ufop, 1991); A Cena em Sombras (Perspectiva, 1995); coeditora da Callalloo (v. 18, n. 4, Johns Hopkins, 1995, Special Issue: African Brazilian Literature); Afrografias da Memória (Perspectiva/Mazza, 1997 e 2021); Os Dias Anônimos (Sette Letras, 1999); Performances do Tempo Espiralar, Poéticas do Corpo-Tela (Cobogó, 2021). Em 2017, foi criado o prêmio Leda Maria Martins de Artes Cênicas Negras de Belo Horizonte, patrocinado pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais BDMG. COLEÇÃO A coleção Perspectivas reúne textos importantes, em pesquisa extensa na abrangência do assunto. Contempla biografias, história, arte, antropologia e literatura. DA CAPA Imagem da capa: Mastros com os estandartes em procissão. Foto de Vera Godoy, 2017. Os ritos e procissões do Reinado do Rosário no Jatobá explodem em cores e alegria. Essas festas símbolos da potência, resistência e criação da cultura afro-brasileira. TRECHOS No Sábado de Aleluia, quando em geral os Rosários são abertos, até fins de outubro, quando então os reinos se recolhem e se fecham, os tambores cantam em Minas e guiam pelas ruelas e pelos asfaltos, pelas capelas e igrejas do Rosário, pelos quintais, as nações do congado, que, com seus reis e rainhas, seus capitães e marinheiros, rematizam a África em terras d´Américas. Como estiletes autografando as abissais desfronteiras e deslimites simbólico-geográficos dessas serras gerais, congos, moçambiques, marujos, catupés, candombes, vilões, caboclos, na sua variedade rítmica, cromática e coreográ¬ca, performam cânticos, gestos, ritmos e falas, como aedos e griôs que imbricam a história e a memória, posfaciando o discurso cultural brasileiro com os prefácios africanos. A palavra oral, assim, realiza-se como linguagem, conhecimento e fruição porque alia, em sua dicção e veridicção, a música, o gesto, a dança, o canto, e porque exige propriedade e adequação em sua execução, pois para que a palavra adquira sua função dinâmica, deve ser dita de maneira e em contextos determinados. Assim, nos congados, cada situação e momento rituais exigem propriedade da linguagem, expressa nos cantares: há cantos de estrada, cantos para puxar bandeira, cantos para levantar mastro, cantos para saudar, cumprimentar, invocar, cantos para atravessar portas e encruzilhadas, e muitos outros. A encruzilhada, locus tangencial, é aqui assinalada como instância simbólica e metonímica, da qual se processam vias diversas de elaborações discursivas, motivadas pelos próprios discursos que a coabitam. Da esfera do rito e, portanto, da performance, é lugar radial de centramento e descentramento, interseções e desvios, texto e traduções, confuências e alterações, infuências e divergências, fusões e rupturas, multiplicidade e convergência, unidade e pluralidade, origem e disseminação. [...]. Nesse movimento, a própria noção de centro se dissemina, na medida em que se desloca, ou melhor, é deslocada pela improvisação rítmica e melódica. Diz Elisson: porque o jazz encontra seu ponto vital numa infindável improvisação sobre materiais tradicionais, o jazzista deve perder sua identidade, mesmo quando a encontra. Assim como o jazzista, metonímia das culturas negras nas Américas, retece os ritmos milenares, transcriando-os dialeticamente numa relação dinâmica e prospectiva, essa cultura, em seus variados modos de asserção, funda-se dialogicamente, em relação aos arquivos das tradições africanas, europeias e indígenas, nos jogos de linguagem, intertextuais e interculturais, que performa. Editora : Perspectiva; coedição: Mazza Edições (3 setembro 2021) Idioma : Português Capa comum : 256 páginas ISBN-10 : 6555050683 ISBN-13 : 978-6555050684 Dimensões : 16 x 1.6 x 23 cm, 6<
2021
ISBN: 9786555050684
new. O livro traz um panorama histórico da música popular brasileira no século XX, com enfoque específico nas décadas de 60 a 80. Em um texto de raro conteúdo, a obra compõe a análise pa… mais…
new. O livro traz um panorama histórico da música popular brasileira no século XX, com enfoque específico nas décadas de 60 a 80. Em um texto de raro conteúdo, a obra compõe a análise partindo do acontecimento dos discos Minas e Geraes de Milton Nascimento, que retrataram a efervescência social e cultural vivenciadas naquela época. Editora : Paco Editorial; 1ª edição (1 janeiro 2016) Idioma : Português Capa comum : 128 páginas ISBN-10 : 8546203709 ISBN-13 : 978-8546203703 Dimensões : 20.8 x 13.6 x 0.6 cm, 6, new. SINOPSE [LIVRO EM CORES] Seminal e pioneiro, Afrografias da Memória registra a coexistência religiosa e cultural que marca tão fortemente a identidade, a memória e a cultura popular brasileiras, revelando a riqueza das tradições trazidas pelos africanos e a história social e cultural de resistência e sobrevivência das populações negras, durante e após a escravidão, ao incorporar na cultura dominante sua voz, cores e forma de sociabilidade, criando seus próprios rituais e suas próprias formas de pertencimento e acolhimento comunitário. Ancestralidade e comunidade, o terreiro do Jatobá explode em encanto nesse clássico da oralitura, que volta às prateleiras reafirmando o papel imanente e fundamental do negro para a cultura brasileira. QUARTA-CAPA Afrografias da Memória é uma das obras máximas da oralitura entre nós. Contando a história do Reinado de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, em Minas Gerais, Leda Maria Martins, doutora em Literatura Comparada e rainha de Nossa Senhora das Mercês, enlaça a palavra escrita com as vozes, cores e as melodias do Reinado, uma manifestação cultural de matriz banto que, por vias das performances rituais, transcria estilos, simbologia, metafísica, coreografia, inúmeros saberes, valores e cosmovisão africanos. Inscrevendo pelo rito a memória das diásporas negras, a tradição se enovela nas espirais do tempo, enfrenta as opressões e se faz patrimônio imaterial do povo brasileiro. Comemorando os 25 anos de seu lançamento, esta segunda edição, revista e atualizada pela autora, testemunha a vitalidade do Reinado, da memória, do livro e da festa, no contorno poético das palavras que encantam suas páginas e na evocação do corpo negro que canta e dança e, assim, performa e ressignifica sua própria história. ORELHA [por J. Guinsburg] As vias pelas quais o negro foi imprimindo o seu ethos na vida cultural brasileira não são, sem dúvida, em sua parte principal e talvez mais significativa, as que cruzavam os espaços sociais onde se celebravam os grandes fastos da cultura luso-ocidental e em que se consagravam os valores hierárquicos de seu código alto. Nem os retratos oficiais, nem as academias culteranas, nem os rapsodos de plantão, nem os escribas caligráficos guardaram registros dos roteiros pelos quais esse ouro da expressão e da vivência do povo afro, garimpado na escravidão e na alienação, transitou das minas, por exemplo, para as minas. Discriminado, marginalizado, ficou obliterado no anonimato das senzalas, dos quilombos e dos reinados do Rosário. E é justamente aí que Leda Martins foi buscá-lo para trazer à luz, em Afrografias da Memória, seu trans-seminante e translumbrante legado que, indeclinável, continua pulsante nas formas mais intrínsecas do feitio deste Brasil de tantos Brasis. Reprojetando e reconfigurando no universo textual do livro a textualidade oral afro-brasileira, focalizada nos Reinos Negros e nas congadas das Minas Gerais, a escritora recupera as grafias da oralitura em transcriações das inscrições ágrafas preservadas pelos congadeiros, em seus ritos e celebrações. Para este reescrever, que é uma leitura de entrega e vigília, se, de um lado, num primeiro passo, deixa-se possuir pelas vozes do sortilégio e da exaltação anímica, de outro, e com inteira deliberação, distancia-se do encantamento, assumindo o lugar epistemológico de sua condição autoral que grava sapientemente, no tracejado dos caracteres, os ecos reverberados pelas estrias da memória no transcrito da rememoração. LEDA MARIA MARTINS Rainha de Nossa Senhora das Mercês do Reinado de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, em Belo Horizonte. Poeta, ensaísta, dramaturga e professora. Doutora em Letras e Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais UFMG e mestre em Artes pela Indiana University, nos Estados Unidos, com pós-doutorado em Performances Studies pela New York University, Tisch School of the Arts, e em Performance e Ritos pela Universidade Federal Fluminense UFF. Foi professora da Universidade Federal de Minas Gerais, da Universidade Federal de Ouro Preto Ufop e professora visitante da Tisch, além de diretora de Ação Cultural da UFMG (de março de 2014 a março de 2018). Atua nas áreas de artes cênicas, literatura comparada, performances e estudos culturais. Publicou vários livros, capítulos de livros e de ensaios no Brasil e no exterior, com destaque para Cantiga de Amares (ed. independente, 1983); O Moderno Teatro de Qorpo-Santo (Editora UFMG/Ufop, 1991); A Cena em Sombras (Perspectiva, 1995); coeditora da Callalloo (v. 18, n. 4, Johns Hopkins, 1995, Special Issue: African Brazilian Literature); Afrografias da Memória (Perspectiva/Mazza, 1997 e 2021); Os Dias Anônimos (Sette Letras, 1999); Performances do Tempo Espiralar, Poéticas do Corpo-Tela (Cobogó, 2021). Em 2017, foi criado o prêmio Leda Maria Martins de Artes Cênicas Negras de Belo Horizonte, patrocinado pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais BDMG. COLEÇÃO A coleção Perspectivas reúne textos importantes, em pesquisa extensa na abrangência do assunto. Contempla biografias, história, arte, antropologia e literatura. DA CAPA Imagem da capa: Mastros com os estandartes em procissão. Foto de Vera Godoy, 2017. Os ritos e procissões do Reinado do Rosário no Jatobá explodem em cores e alegria. Essas festas símbolos da potência, resistência e criação da cultura afro-brasileira. TRECHOS No Sábado de Aleluia, quando em geral os Rosários são abertos, até fins de outubro, quando então os reinos se recolhem e se fecham, os tambores cantam em Minas e guiam pelas ruelas e pelos asfaltos, pelas capelas e igrejas do Rosário, pelos quintais, as nações do congado, que, com seus reis e rainhas, seus capitães e marinheiros, rematizam a África em terras d´Américas. Como estiletes autografando as abissais desfronteiras e deslimites simbólico-geográficos dessas serras gerais, congos, moçambiques, marujos, catupés, candombes, vilões, caboclos, na sua variedade rítmica, cromática e coreográ¬ca, performam cânticos, gestos, ritmos e falas, como aedos e griôs que imbricam a história e a memória, posfaciando o discurso cultural brasileiro com os prefácios africanos. A palavra oral, assim, realiza-se como linguagem, conhecimento e fruição porque alia, em sua dicção e veridicção, a música, o gesto, a dança, o canto, e porque exige propriedade e adequação em sua execução, pois para que a palavra adquira sua função dinâmica, deve ser dita de maneira e em contextos determinados. Assim, nos congados, cada situação e momento rituais exigem propriedade da linguagem, expressa nos cantares: há cantos de estrada, cantos para puxar bandeira, cantos para levantar mastro, cantos para saudar, cumprimentar, invocar, cantos para atravessar portas e encruzilhadas, e muitos outros. A encruzilhada, locus tangencial, é aqui assinalada como instância simbólica e metonímica, da qual se processam vias diversas de elaborações discursivas, motivadas pelos próprios discursos que a coabitam. Da esfera do rito e, portanto, da performance, é lugar radial de centramento e descentramento, interseções e desvios, texto e traduções, confuências e alterações, infuências e divergências, fusões e rupturas, multiplicidade e convergência, unidade e pluralidade, origem e disseminação. [...]. Nesse movimento, a própria noção de centro se dissemina, na medida em que se desloca, ou melhor, é deslocada pela improvisação rítmica e melódica. Diz Elisson: porque o jazz encontra seu ponto vital numa infindável improvisação sobre materiais tradicionais, o jazzista deve perder sua identidade, mesmo quando a encontra. Assim como o jazzista, metonímia das culturas negras nas Américas, retece os ritmos milenares, transcriando-os dialeticamente numa relação dinâmica e prospectiva, essa cultura, em seus variados modos de asserção, funda-se dialogicamente, em relação aos arquivos das tradições africanas, europeias e indígenas, nos jogos de linguagem, intertextuais e interculturais, que performa. Editora : Perspectiva; coedição: Mazza Edições (3 setembro 2021) Idioma : Português Capa comum : 256 páginas ISBN-10 : 6555050683 ISBN-13 : 978-6555050684 Dimensões : 16 x 1.6 x 23 cm, 6<
no/na Biblio.co.uk
2021, ISBN: 9786555050684
new. SINOPSE [LIVRO EM CORES] Seminal e pioneiro, Afrografias da Memória registra a coexistência religiosa e cultural que marca tão fortemente a identidade, a memória e a cultura popular… mais…
new. SINOPSE [LIVRO EM CORES] Seminal e pioneiro, Afrografias da Memória registra a coexistência religiosa e cultural que marca tão fortemente a identidade, a memória e a cultura popular brasileiras, revelando a riqueza das tradições trazidas pelos africanos e a história social e cultural de resistência e sobrevivência das populações negras, durante e após a escravidão, ao incorporar na cultura dominante sua voz, cores e forma de sociabilidade, criando seus próprios rituais e suas próprias formas de pertencimento e acolhimento comunitário. Ancestralidade e comunidade, o terreiro do Jatobá explode em encanto nesse clássico da oralitura, que volta às prateleiras reafirmando o papel imanente e fundamental do negro para a cultura brasileira. QUARTA-CAPA Afrografias da Memória é uma das obras máximas da oralitura entre nós. Contando a história do Reinado de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, em Minas Gerais, Leda Maria Martins, doutora em Literatura Comparada e rainha de Nossa Senhora das Mercês, enlaça a palavra escrita com as vozes, cores e as melodias do Reinado, uma manifestação cultural de matriz banto que, por vias das performances rituais, transcria estilos, simbologia, metafísica, coreografia, inúmeros saberes, valores e cosmovisão africanos. Inscrevendo pelo rito a memória das diásporas negras, a tradição se enovela nas espirais do tempo, enfrenta as opressões e se faz patrimônio imaterial do povo brasileiro. Comemorando os 25 anos de seu lançamento, esta segunda edição, revista e atualizada pela autora, testemunha a vitalidade do Reinado, da memória, do livro e da festa, no contorno poético das palavras que encantam suas páginas e na evocação do corpo negro que canta e dança e, assim, performa e ressignifica sua própria história. ORELHA [por J. Guinsburg] As vias pelas quais o negro foi imprimindo o seu ethos na vida cultural brasileira não são, sem dúvida, em sua parte principal e talvez mais significativa, as que cruzavam os espaços sociais onde se celebravam os grandes fastos da cultura luso-ocidental e em que se consagravam os valores hierárquicos de seu código alto. Nem os retratos oficiais, nem as academias culteranas, nem os rapsodos de plantão, nem os escribas caligráficos guardaram registros dos roteiros pelos quais esse ouro da expressão e da vivência do povo afro, garimpado na escravidão e na alienação, transitou das minas, por exemplo, para as minas. Discriminado, marginalizado, ficou obliterado no anonimato das senzalas, dos quilombos e dos reinados do Rosário. E é justamente aí que Leda Martins foi buscá-lo para trazer à luz, em Afrografias da Memória, seu trans-seminante e translumbrante legado que, indeclinável, continua pulsante nas formas mais intrínsecas do feitio deste Brasil de tantos Brasis. Reprojetando e reconfigurando no universo textual do livro a textualidade oral afro-brasileira, focalizada nos Reinos Negros e nas congadas das Minas Gerais, a escritora recupera as grafias da oralitura em transcriações das inscrições ágrafas preservadas pelos congadeiros, em seus ritos e celebrações. Para este reescrever, que é uma leitura de entrega e vigília, se, de um lado, num primeiro passo, deixa-se possuir pelas vozes do sortilégio e da exaltação anímica, de outro, e com inteira deliberação, distancia-se do encantamento, assumindo o lugar epistemológico de sua condição autoral que grava sapientemente, no tracejado dos caracteres, os ecos reverberados pelas estrias da memória no transcrito da rememoração. LEDA MARIA MARTINS Rainha de Nossa Senhora das Mercês do Reinado de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, em Belo Horizonte. Poeta, ensaísta, dramaturga e professora. Doutora em Letras e Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais UFMG e mestre em Artes pela Indiana University, nos Estados Unidos, com pós-doutorado em Performances Studies pela New York University, Tisch School of the Arts, e em Performance e Ritos pela Universidade Federal Fluminense UFF. Foi professora da Universidade Federal de Minas Gerais, da Universidade Federal de Ouro Preto Ufop e professora visitante da Tisch, além de diretora de Ação Cultural da UFMG (de março de 2014 a março de 2018). Atua nas áreas de artes cênicas, literatura comparada, performances e estudos culturais. Publicou vários livros, capítulos de livros e de ensaios no Brasil e no exterior, com destaque para Cantiga de Amares (ed. independente, 1983); O Moderno Teatro de Qorpo-Santo (Editora UFMG/Ufop, 1991); A Cena em Sombras (Perspectiva, 1995); coeditora da Callalloo (v. 18, n. 4, Johns Hopkins, 1995, Special Issue: African Brazilian Literature); Afrografias da Memória (Perspectiva/Mazza, 1997 e 2021); Os Dias Anônimos (Sette Letras, 1999); Performances do Tempo Espiralar, Poéticas do Corpo-Tela (Cobogó, 2021). Em 2017, foi criado o prêmio Leda Maria Martins de Artes Cênicas Negras de Belo Horizonte, patrocinado pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais BDMG. COLEÇÃO A coleção Perspectivas reúne textos importantes, em pesquisa extensa na abrangência do assunto. Contempla biografias, história, arte, antropologia e literatura. DA CAPA Imagem da capa: Mastros com os estandartes em procissão. Foto de Vera Godoy, 2017. Os ritos e procissões do Reinado do Rosário no Jatobá explodem em cores e alegria. Essas festas símbolos da potência, resistência e criação da cultura afro-brasileira. TRECHOS No Sábado de Aleluia, quando em geral os Rosários são abertos, até fins de outubro, quando então os reinos se recolhem e se fecham, os tambores cantam em Minas e guiam pelas ruelas e pelos asfaltos, pelas capelas e igrejas do Rosário, pelos quintais, as nações do congado, que, com seus reis e rainhas, seus capitães e marinheiros, rematizam a África em terras d´Américas. Como estiletes autografando as abissais desfronteiras e deslimites simbólico-geográficos dessas serras gerais, congos, moçambiques, marujos, catupés, candombes, vilões, caboclos, na sua variedade rítmica, cromática e coreográ¬ca, performam cânticos, gestos, ritmos e falas, como aedos e griôs que imbricam a história e a memória, posfaciando o discurso cultural brasileiro com os prefácios africanos. A palavra oral, assim, realiza-se como linguagem, conhecimento e fruição porque alia, em sua dicção e veridicção, a música, o gesto, a dança, o canto, e porque exige propriedade e adequação em sua execução, pois para que a palavra adquira sua função dinâmica, deve ser dita de maneira e em contextos determinados. Assim, nos congados, cada situação e momento rituais exigem propriedade da linguagem, expressa nos cantares: há cantos de estrada, cantos para puxar bandeira, cantos para levantar mastro, cantos para saudar, cumprimentar, invocar, cantos para atravessar portas e encruzilhadas, e muitos outros. A encruzilhada, locus tangencial, é aqui assinalada como instância simbólica e metonímica, da qual se processam vias diversas de elaborações discursivas, motivadas pelos próprios discursos que a coabitam. Da esfera do rito e, portanto, da performance, é lugar radial de centramento e descentramento, interseções e desvios, texto e traduções, confuências e alterações, infuências e divergências, fusões e rupturas, multiplicidade e convergência, unidade e pluralidade, origem e disseminação. [...]. Nesse movimento, a própria noção de centro se dissemina, na medida em que se desloca, ou melhor, é deslocada pela improvisação rítmica e melódica. Diz Elisson: porque o jazz encontra seu ponto vital numa infindável improvisação sobre materiais tradicionais, o jazzista deve perder sua identidade, mesmo quando a encontra. Assim como o jazzista, metonímia das culturas negras nas Américas, retece os ritmos milenares, transcriando-os dialeticamente numa relação dinâmica e prospectiva, essa cultura, em seus variados modos de asserção, funda-se dialogicamente, em relação aos arquivos das tradições africanas, europeias e indígenas, nos jogos de linguagem, intertextuais e interculturais, que performa. Editora : Perspectiva; coedição: Mazza Edições (3 setembro 2021) Idioma : Português Capa comum : 256 páginas ISBN-10 : 6555050683 ISBN-13 : 978-6555050684 Dimensões : 16 x 1.6 x 23 cm, 6<
2021, ISBN: 6555050683
[EAN: 9786555050684], Neubuch, [PU: Perspectiva], SINOPSE [LIVRO EM CORES] Seminal e pioneiro, Afrografias da Memà ria registra a coexistência religiosa e cultural que marca tão forteme… mais…
[EAN: 9786555050684], Neubuch, [PU: Perspectiva], SINOPSE [LIVRO EM CORES] Seminal e pioneiro, Afrografias da Memà ria registra a coexistência religiosa e cultural que marca tão fortemente a identidade, a memà ria e a cultura popular brasileiras, revelando a riqueza das tradições trazidas pelos africanos e a histà ria social e cultural de resistência e sobrevivência das populações negras, durante e apà s a escravidão, ao incorporar na cultura dominante sua voz, cores e forma de sociabilidade, criando seus prà prios rituais e suas prà prias formas de pertencimento e acolhimento comunitário. Ancestralidade e comunidade, o terreiro do Jatobá explode em encanto nesse clássico da oralitura, que volta Ãs prateleiras reafirmando o papel imanente e fundamental do negro para a cultura brasileira. QUARTA-CAPA Afrografias da Memà ria à uma das obras máximas da oralitura entre nà s. Contando a histà ria do Reinado de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, em Minas Gerais, Leda Maria Martins, doutora em Literatura Comparada e rainha de Nossa Senhora das Mercês, enlaça a palavra escrita com as vozes, cores e as melodias do Reinado, uma manifestação cultural de matriz banto que, por vias das performances rituais, transcria estilos, simbologia, metafÃsica, coreografia, inúmeros saberes, valores e cosmovisão africanos. Inscrevendo pelo rito a memà ria das diásporas negras, a tradição se enovela nas espirais do tempo, enfrenta as opressões e se faz patrimà nio imaterial do povo brasileiro. Comemorando os 25 anos de seu lançamento, esta segunda edição, revista e atualizada pela autora, testemunha a vitalidade do Reinado, da memà ria, do livro e da festa, no contorno poà tico das palavras que encantam suas páginas e na evocação do corpo negro que canta e dança e, assim, performa e ressignifica sua prà pria histà ria. ORELHA [por J. Guinsburg] As vias pelas quais o negro foi imprimindo o seu ethos na vida cultural brasileira não são, sem dúvida, em sua parte principal e talvez mais significativa, as que cruzavam os espaços sociais onde se celebravam os grandes fastos da cultura luso-ocidental e em que se consagravam os valores hierárquicos de seu cà digo alto. Nem os retratos oficiais, nem as academias culteranas, nem os rapsodos de plantão, nem os escribas caligráficos guardaram registros dos roteiros pelos quais esse ouro da expressão e da vivência do povo afro, garimpado na escravidão e na alienação, transitou das minas, por exemplo, para as minas. Discriminado, marginalizado, ficou obliterado no anonimato das senzalas, dos quilombos e dos reinados do Rosário. E à justamente aà que Leda Martins foi buscá-lo para trazer à luz, em Afrografias da Memà ria, seu trans-seminante e translumbrante legado que, indeclinável, continua pulsante nas formas mais intrÃnsecas do feitio deste Brasil de tantos Brasis. Reprojetando e reconfigurando no universo textual do livro a textualidade oral afro-brasileira, focalizada nos Reinos Negros e nas congadas das Minas Gerais, a escritora recupera as grafias da oralitura em transcriações das inscrições ágrafas preservadas pelos congadeiros, em seus ritos e celebrações. Para este reescrever, que à uma leitura de entrega e vigÃlia, se, de um lado, num primeiro passo, deixa-se possuir pelas vozes do sortilà gio e da exaltação anÃmica, de outro, e com inteira deliberação, distancia-se do encantamento, assumindo o lugar epistemolà gico de sua condição autoral que grava sapientemente, no tracejado dos caracteres, os ecos reverberados pelas estrias da memà ria no transcrito da rememoração. LEDA MARIA MARTINS Rainha de Nossa Senhora das Mercês do Reinado de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá, em Belo Horizonte. Poeta, ensaÃsta, dramaturga e professora. Doutora em Letras e Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais â€" UFMG e mestre em Artes pela Indiana University, nos Estados Unidos, com pà s-doutorado em Performances Studies pela New York University, Tisch School of the Arts, e em Performance e Ritos pela Universidade Federal Fluminense â€" UFF. Foi professora da Universidade Federal de Minas Gerais, da Universidade Federal de Ouro Preto â€" Ufop e professora visitante da Tisch, alà m de diretora de Ação Cultural da UFMG (de março de 2014 a março de 2018). Atua nas áreas de artes cênicas, literatura comparada, performances e estudos culturais. Publicou vários livros, capÃtulos de livros e de ensaios no Brasil e no exterior, com destaque para Cantiga de Amares (ed. independente, 1983); O Moderno Teatro de Qorpo-Santo (Editora UFMG/Ufop, 1991); A Cena em Sombras (Perspectiva, 1995); coeditora da Callalloo (v. 18, n. 4, Johns Hopkins, 1995, Special Issue: African Brazilian Literature); Afrografias da Memà ria (Perspectiva/Mazza, 1997 e 2021); Os Dias Anà nimos (Sette Letras, 1999); Performances do Tempo Espiralar, Poà ticas do Corpo-Tela (Cobogà , 2021). Em 2017, foi criado o prêmio Leda Maria Martins de Artes Cênicas Negras de Belo Horizonte, patrocinado pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais â€" BDMG. COLEÇÃO A coleção Perspectivas reúne textos importantes, em pesquisa extensa na abrangência do assunto. Contempla biografias, histà ria, arte, antropologia e literatura. DA CAPA Imagem da capa: Mastros com os estandartes em procissão. Foto de Vera Godoy, 2017. Os ritos e procissões do Reinado do Rosário no Jatobá explodem em cores e alegria. Essas festas sÃmbolos da potência, resistência e criação da cultura afro-brasileira. TRECHOS No Sábado de Aleluia, quando em geral os Rosários são abertos, atà fins de outubro, quando então os reinos se recolhem e se fecham, os tambores cantam em Minas e guiam pelas ruelas e pelos asfaltos, pelas capelas e igrejas do Rosário, pelos quintais, as nações do congado, que, com seus reis e rainhas, seus capitães e marinheiros, rematizam a Ãfrica em terras d Amà ricas. Como estiletes autografando as abissais desfronteiras e deslimites simbà lico-geográficos dessas serras gerais, congo, Books<
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Dados bibliográficos do melhor livro correspondente
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Dados detalhados do livro - Afrografias da Memória: O Reinado do Rosário no Jatobá
EAN (ISBN-13): 9786555050684
ISBN (ISBN-10): 6555050683
Livro de bolso
Ano de publicação: 2021
Editor/Editora: Perspectiva
Livro na base de dados desde 2022-04-10T08:13:40-03:00 (Sao Paulo)
Página de detalhes modificada pela última vez em 2024-04-07T12:24:58-03:00 (Sao Paulo)
Número ISBN/EAN: 9786555050684
Número ISBN - Ortografia alternativa:
65-5505-068-3, 978-65-5505-068-4
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